terça-feira, 13 de novembro de 2007

Veleiro

Veleiro

Juntei as provisões,
Muitas previsões
Nas cartas náuticas,
Joguei o astrolábio
Na roda de búzios,
Girei a bússola
Como uma pedra de runas,
Amarrei de medidas do Bonfim
As velas do meu “Jornada”;
Porque já faz água este porto,
Já devia estar a muitos nós
Antes que me dêem por morto,
Deixa este vento me levar,
Quero meu tempo de flutuar,
Águas calmas?
Só é bom de fotografar...
Quero ondas a me desafiar,
Juntar os sais do oceano ao meu suor;
Escalar vagalhões,
Mergulhar sem balões,
Acertar um cardume com arpão,
Tirar para dançar um tubarão,
Ter uma noite de deus com uma sereia,
Mesmo que o prazer seja entrada meia,
Desses de acordar na hora agá.
E quando,
No mais alto da noite,
O tapete breu recortado de estrelas,
Molhar suas rendas nas águas sem reflexos,
E o único som
For do casco do veleiro acariciando o mar,
A solidão vier lhe sussurrar ao ouvido
Mesmo no centro do universo a estar
Acenda e ascenda às suas velas
Alinhe e realinhe os seus remos
E deixe a onda te acompanhar

Baco Dionísio, com gosto de mar, por que será?
13/11/07

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