terça-feira, 27 de novembro de 2007

Passo

Um passo,
Um degrau sem previsão,
Outro passo,
Uma depressão,
Mais um passo,
Uma poça de águas
Turvas e manchadas
Sujam meu pisante,
Transformam meu semblante
Em cada passo do caminhar;
Coloco as mãos
Nos bolsos vazios do agora,
Dou bicudas em latas,
Restos de egoísmo sem reciclar,
Gomas de mascar derretidas
Retardam o meu não chegar;
Se olho baixo,
Perco meu horizonte
Sem tropeçar,
Se alto levanto os olhos,
Passo por cima dos outros,
Mas sem me desviar;
Um passo
Um olhar para baixo,
Outro passo
Minha visão lunar,
Mais um passo
Sinto onde vou chegar.

Baco Dionísio, cansado das nuvens e da umidade, mas agradecendo assim mesmo, com humildade
27/11/07

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