quinta-feira, 31 de julho de 2008

Lente

Por entre toda esta poeira
Rasgando o horizonte vertical
De construções espetadas,
O rasgo de visão lunar
Parece refletir os contornos da América
Em suas manchas cítricas,
Drinks de sexta-feira
Nesta realidade seca;
Luneta para a vista da imensidão
Ou buraco de fechadura dos Ets,
Lua Cheia de segredos e rubor
Vem tocar minha lira
Que ela desafina sem você
Na aspereza de um céu cheio de pedras
Que brilham sem iluminar,
Você acende com luz negra
Você me acaricia sem tocar,
Espelho dos meus olhos,
Reflexo da minha visão,
Enxergo toda a galáxia
Sem nebulosa exatidão;
Apareces sobre meu teto,
Brilhas toda minha noite,
Joga teu foco em minhas sombras,
Disfarças meu andar em névoas,
Devolva-me a alegria de voar às cegas...

Baco Dionísio, desejando a todos um ótimo final de semana (desculpem a ausência...)
18/07/08

terça-feira, 15 de julho de 2008

Sete vezes

Não há pecado que não valha a pena
Nem virtude que não se desafie
Nem arte que não desperte a divindade
Nem energia que não ative um dos chakras
No prisma as cores despem-se
Ao som das notas que se repetem
Durante uma semana decantada
No mundo antigo cada dia é uma maravilha...
Vai procurar na Cabalah o que significa
A vitória sobre a morte
E nos escritos sagrados
O Deus dos Exércitos
Anuncia pelos Elementais
Que as taças do Egito
Serão servidas pelo vinho cíclico
Do mágico número

Edman Izipetto
07/07/2008

De baixo para cima

De baixo para cima
Vou te lambuzar
Com minha língua
Vou te refrescar
Subindo pelos pés
Beijando teus joelhos
Por entre tuas pernas
Vou me deter
Até deixá-la lânguida
Sem poder se mexer
Vou beijar teu umbigo
Rodeá-lo de prazer
Mordiscar teus mamilos
Até que fiquem tesos
E encontrar tua boa
Até me perder em você
Sentir teu hálito
De gozo e prazer
Molhada de satisfação
Regada pelo teu macho
Fundida de paixão

Baco Dionísio
04/07/08

terça-feira, 1 de julho de 2008

No meio do ano

No dia primeiro
Deste eterno recomeço
Metade de um caminho
Do qual não sei se conheço
Viajo no destino
Galopo sem endereço
Atrás de nuvens manchadas
De flores sem espinhos
Crepúsculo do semestre
A festejar novos vinhos
Inverno que me deixa quente
Na tua fria forma de carinho
Neblina que sossega os vôos
E silencia o burburinho
Mas que desnuda sem dor
O Sol sem proteção
Do ozônio extinto
Respira-me ar gélido
Nas noites insanas
Sobrevivendo sozinho
Às decisões equivocadas
Aos apelos do instinto
Ainda há meio ano
Já foi metade do ano
Depende do humor desumano
Para eu questionar sem desatino
O que faço deste plano
Que não seja um equilíbrio
Saca-rolhas e cânticos profanos
Baco Dionísio
Grego na tragédia
Alegre como romano

Baco Dionísio, desejando ótima semana a todos
01/07/08