quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Limpeza

Ventos fortes
Cheios de nortes
Varreram o carrego
O pesado de nuvens
Que lembram a morte
Que empaparam o solo
Regaram o colo
De todos os homens
Dias sem cor
Vias sem flor
Na água tanta
Sem trégua santa
A lavar com furor
A estiagem de olhos sem amor
Já há cor primária
No céu outrora carrancudo
E a lua não é secundária
Nesta tarde primaveril de outono
Há flores por vingar
Amores por pulsar
Um frio fora de lugar
E a certeza de que após essas águas
Garoas, pingadas, enxurradas
Um dia de sol há de pintar

Baco Dionísio, agradecendo a chuva, mas querendo um pouco de cor...
21/11/07

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