quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ardente



Após ficar guardado, maturando


Eis que chega o momento


Do espocar da rolha


De liberar o aroma


De espalhar o bouquet


Derramar meu líquido sagrado


Pelas paredes transparentes


Tingindo-as com a cor da paixão


Rubra de emoção


Tinta de desejo


Agreste de sabor


Vou preenchendo o espaço


Com meu sangue fértil


Com meu lirismo ébrio


Com meu amor frenético


Com todos os sabores da terra


Aos sons guturais de satisfação




Baco Dionísio


03/12/2009


Despertando do sono involuntário


sexta-feira, 17 de abril de 2009

Outonal

Folhas enrugadas e vividas
Flutuam no seu último vôo
Agrupam-se em finais
Sinais de renovação
Na nudez de galhos vivos
Agitam-se ante o vento frio
Saudando ou aquecendo-se
Despedindo e despindo-se
Da chuva quente da estação
Deixando o tapete crocante
Da transformação
De um ano intenso de clorofila
De uma embriaguês de néctar
Das farras de borboletas e colibris
Para dar luz aos frutos
Para dar vez às sementes.

Baco Dionísio
17/04/09