terça-feira, 13 de novembro de 2007

Córregos

Por aqui são córregos
Cuja inocência foi ultrajada
Pelos esgotos clandestinos
Pelos escrotos excluídos
Pela indecência de não morar
Pela necessidade de não voltar
De onde quer que tenham vindo
Não há nascente na minha terra
Que já não traga de lapela
Toda a sujeira do trabalhar
Toda a ganância do não cuidar
Da terra que tanto lhe marca;
E quando estes córregos se arrastam
Pesados, densos e escuros,
Em direção ao rio maior
Tiete de muitas histórias
Da própria razão de existir
Os homens que destroem seus lados
Que sujam seu leito
Ainda batizam seu caminho
De marginal

Baco Dionísio, amando sua cidade mas sem venda nos olhos
28/09/07

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