terça-feira, 13 de novembro de 2007

Sabores

Minha boca está a fim
De a tudo sentir
Da textura sem resistência
De uma gota de mussarela
Como se fosse o beijo dela
Com o virgem azeite a fugir
Dos cantos dos lábios
Dos encantos dos sábios
Dos pensamentos mais vagos
A escorrer e brilhar de prazer
Meu paladar transforma
Todo o ardor da rúcula
Numa compota de abricot
Guardando sabores rivais
Como bolhas de clicquot
Anotadas na súmula
Notas, aromas e que tais
Doce veneno que me toma
Minha língua quer captar
No torrefado café
Sem açúcar para enganar
Todo o poder da fé
Que modifica o que amargo parece
No suave sabor casto
Do mel que a tudo enobrece
Meu beijo quer encontrar
Sabores diversos para encantar
Lábios avessos para desvirar
Sabores ácidos para adocicar

Baco, saindo da clausura e da loucura de ter que trabalhar
Saudações a todos
16/10/07

Nenhum comentário: