quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Paixão

O ar está quieto
Como que buscando respirar
A cratera do vulcão
Não se manifesta nem fumaça há
O mar está rijo
Como um lago em pleno inverno
E na floresta nem um gemido
Tudo é invisível em mistério
Na geleira a brancura
Da cegueira de congelar
E no céu há só o azul
A tingir de cores vãs...
Uma piscada no tempo
Um olhar de esgueira
Avalanche do gelo
A nudez da montanha
Vapores de nuvens
Condensam-se sobre pós
Eletricidade e faíscas
Tempestades avançam aos nós
Varre tufão, tromba d´água,
Irriga toda esta draga
Tombam troncos eretos,
Deitam flores abertas,
Sem resistência a esta saga
E do mar das vontades
O tsunami explode em vagas
Diminui a distância até o céu
Russa montanha e escalada vertical
Pari um tornado de olho algoz
Rodopia com fome feroz
E no atrito do funil
Solta a fumaça escondida
Emerge a lava contida
Escorre quente
E esculpe a geografia
Calda ventre e fértil corrente
A jorrar pelas dobradas
E vales do cio
Rarefeito ar, perfeito par,
Descansam a força e os elementos,
A natureza retorna à paz...

Baco Dionísio, do olho do furacão viu uma cor diferente...
09/01/08

Um comentário:

Unknown disse...

Ah, ler seus poemas é sempre mergulhar num vagalhão de ternura e intensidade...Gosto muito, de verdade...
Bjs.

PS. esculpi escapou no lugar de esculpe...dá uma olhada.

Queen