terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Amanhecer

Se eu não falasse de amor...
Do que mais escreveria?
Talvez de um começo de dia,
Onde a névoa cobriu de magia,
Deixou úmida toda a ressaca da noite,
Protegeu as entidades do açoite
De um Sol escaldante e feliz...
Mantas brancas nas partes baixas,
Dos terrenos, das encharcadas,
Reluzem de claridade e verborrágicas
Frases de um despertar sem fim...
Festa de maritacas nos coqueiros,
Cesta de coquinhos dormitentes,
Junto aos passeios de caminhantes
Croquejam semelhantes a salgadinhos chips...
Alguém volta com pão e leite,
O cheiro do quente baguete se espalha,
E como num passe de mágica
A língua sente a manteiga derretida,
A preencher a boca ressequida
A alimentar minha vontade de viver...
E numa casa vizinha
Um café se esgueira pela linha
Do coador a pingar sua sina
De perfumar de cafeína
De um cheiro que nos anima
De um gole que bota pra cima
Este dia que começa a nascer...

Baco Dionísio, amante das coisas simples da vida, mas nem por isso menos celebradas...
08/01/08

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