quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Dia de chuva

Uma gota basta para entornar
Toda e qualquer parada vulgar:
Da represada colada piña tragada,
Às enchentes em minúsculas ocas e
Encharcadas pegadas de caminhar;
Som de gotas em fila indiana
Deslizando pelos sentidos,
Como se daqui da cama
Todo o céu despencasse num dilúvio,
Na sinfonia das folhas se lavando,
Na intimidade de flores se banhando,
Nos rios temporários do meu corpo
Que a chuva gelada queima e não refresca nada,
Lava a alma de passados impermeáveis,
Manchas antigas sem esfregar,
Suores novos aos poros arejar,
Idéias novas à água fecundar;
Andar na chuva bem devagar
Deixar toda essa benção penetrar,
Despertando do torpor do calor seco,
Que ilude, maltrata e afugenta o vento,
Que traz novos ares e alento...

Baco Dionísio, dançando conforme a música e o tempo (mas sugerindo ao maestro um repertório mais ameno...)
Ótima semana a todos
21/01/08

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