terça-feira, 18 de março de 2008

Jardineiro

Cultivo essências
Nas pontas dos dedos
Digitais das camadas de terra
Que remexo usando mãos como arado
Deixo passar experiências
Por entre os vãos, como grãos
Que escapam das minhas palmas em conchas
Transbordando gota a gota
No toque do relógio das luas
À espera do germinar das sementes
Que antes coloriram tua pele
Perfumaram teu olfato
Seduziram teu olhar
Na forma de uma flor
Não vejo apenas essas cores
Mas as raízes a sulcar o solo
Penetrar nos veios de nervos
Ramificar em desejos
Tirar do sal da terra
O doce da polpa carnuda
Que o Sol transformou ao gozar.

Baco Dionísio, revolvendo o quintal coberto de folhas de cobre
18/03/08

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