sexta-feira, 7 de março de 2008

Espelho


Espelho, espelho meu
Qual imagem tua me revela nua
Tão bem vestida
Tão bem delineada
Que qualquer mancha ou mancada
Some ao ser retocada
Como num software de computador
Imagem tua convexa
Não queiras fazer uma novela
No tom da cor da nuance do cabelo
Jamais tão claro que não encubra
Nunca tão escuro que não ilumine
Sempre tão liso quando dna de nascimento
Sempre encaracolado quando tão firme ao vento
E porque não gemer
Na sessão semanal de cera quente
Que retira os fios vestígios de animal
Para guardá-los recônditos nos urros e sussurros
Do fogoso desejo de garras a dominar
Nos olhos contornados de carbono 14
Nos lábios sinalizados de vapores de mar
No olhar que atravessa o vidro e o chumbo
Para transmutar em ouro o que te deixas tocar

Baco Dionísio, celebrando todos os dias universais da grande versão humana: a mulher!
Ótimo final de semana
07/03/08

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