quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Afago

Água transparente
Na poça de pedras creme
Reflete meus olhos carentes
De enxergar além da epiderme
Da lâmina d’água parada
Dos círculos de um pólen boiando
Da vida escondida neste tanto
De universo represado e insano
Que meus olhos molhados vêm sem pano.
Faço concha com as mãos
Perturbo a calmaria e o tempo bom
Colho pedaços de espelho
E a vida escorre pelos vãos
Mas há gotas de universo
Na umidade retida no tempo
Nos calos que riscaram o vento
Nas rugas que afagaram meu jeito
Na água que lambeu minha face
E voltou das pedras creme à poça.

Baco Dionísio, dançando na chuva, pisando nas poças, festejando à vida...
17/12/07

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