sexta-feira, 16 de maio de 2008

Vocábulos

Nestas palavras que escrevo
Digo o que queria guardar
Sinais rupestres das minhas retinas
Descobertos pelo acaso das minhas sinas
Talho sílabas no cinzel de teclados
Nem brancas nem pretas
Mas de relevo incrustado
Ativam o projetor das lembranças de leitura
Atiçam a luz das roldanas e catapultas
De engrenagens e células elétricas
Trocando carícias e liquens
Medusas e pólipos no mar da minha cabeça
A viajar em tempestades contraditórias
Da razão que a paixão engole
Ou da paixão que a razão regurgita
Frases inteiras ainda terão de ser ditas
Para que eu mesmo não me esqueça.

Baco Dionísio, ceifando o mato com a lâmina da Lua minguante, boa noite a todos
05/03/08

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