sexta-feira, 16 de maio de 2008

Água que não vem

Água que não vem
Enquanto a chuva ameaça
Deixa as pétalas eriçadas
Na espera de gotas e lágrimas
Tira-me o pó da estrada
Afoga minhas pegadas pesadas
Deixe a lama me proteger
Desses raios de prata
Piso cerâmicas e pedras
Preciosas e lapidadas
Água que não cai na minha pele
Molha meus poros de febre
Aplaca minhas idéias de seguir
Sem apontar estradas
Chuva seca a sugerir
Que minhas flores se bastam
Para recolher ao dormir
Toda a umidade da noite

Baco Dionísio
11/03/08

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