Os passos vão caminhar,
As solas marcando o terreno,
No toque do assoalho,
Até o casal se encontrar
Sem o físico esbarrar;
Miram-se de baixo acima,
Até cruzarem o olhar:
Os olhos se fundem,
As pupilas se abraçam,
As mãos se entrelaçam
Num tango devagar;
Giram em pêndulo,
Corpos flexíveis esticados,
Equilibrados no ar;
Desviam seus rostos,
Fingindo não se notar,
Afastam-se desenrolando
Até os nós dos dedos
Não desamarrar...
E voltam num elástico
Sem mais espaço os separar;
É um só corpo
Rodopiando a marcha,
Sem desviar a face,
Com um sensual dançar;
Num suspiro sem respirar,
Como à beira do abismo
Sem poder voar,
Como um resgate
Sem poder salvar,
Como um beijo
Sem mais nada importar.
Baco Dionisio
10/07/2011
sábado, 13 de agosto de 2011
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