sábado, 13 de agosto de 2011

Obliviun

Os passos vão caminhar,
As solas marcando o terreno,

No toque do assoalho,

Até o casal se encontrar

Sem o físico esbarrar;

Miram-se de baixo acima,

Até cruzarem o olhar:

Os olhos se fundem,

As pupilas se abraçam,

As mãos se entrelaçam

Num tango devagar;

Giram em pêndulo,

Corpos flexíveis esticados,

Equilibrados no ar;

Desviam seus rostos,

Fingindo não se notar,

Afastam-se desenrolando

Até os nós dos dedos

Não desamarrar...

E voltam num elástico

Sem mais espaço os separar;

É um só corpo

Rodopiando a marcha,

Sem desviar a face,

Com um sensual dançar;

Num suspiro sem respirar,

Como à beira do abismo

Sem poder voar,

Como um resgate

Sem poder salvar,

Como um beijo

Sem mais nada importar.

Baco Dionisio
10/07/2011

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