quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Um dia de cada vez...

Palavras andam
Palavras andam me faltando
Num motim vernáculo ortograficante
Metáforas zumbem em meus ouvidos
Como mosquitos em noites quentes
Tirando o sono e o calmante
Da vigília repousante
Não há o que fazer
O mês está por finalizar
Que leve estes agouros sem gosto
Como a caricatura de um preposto
Que o mosto já fermenta
O mágico transmutar
Ao doce no enigma
Das moléculas de prazer
Sabores escondidos do frio
De um inverno sem cachecol
De muita água de saudade
Que a secura atingiu o paladar
Ocultando os temperos do falar
Deixando a chama semi nua
Como se quisesse apagar
Neste vendaval do imaginário popular
Trêmula como flâmula
Olímpica pirâmide a iluminar
Pálida de focos
Intensa de olhar

Baco Dionísio, ótima noite a todos
27/08/08

Um comentário:

Lilian Gouveia disse...

"Que leve estes agouros sem gosto"
Vá-se embora mês de agosto sem gosto
E que venha a primavera
Com todos os seus perfumes, cores e sabores que inspiram o poeta.
Poeta amado, que expira sonhos e doces quimeras.